Após um dano ao tecido
(pele, osso, músculos), o corpo não possui capacidade de regenerar, ou seja,
não produz um tecido igual ao que foi lesado, ele produz uma cicatriz com tecido
semelhante. Sendo a cicatriz um tecido diferente, ela não tem a mesma textura,
maciez e elasticidade, comportando-se de modo diferente ao tecido original
quando submetido à tensão.
A cicatriz pode ter
impacto no corpo, dependendo de suas características e localização. Quando a
lesão na pele chega a um tecido chamado fáscia (tecido conjuntivo), muito
provavelmente terá influencia no corpo. A fáscia é a base de todo o nosso corpo, é ela que o mantém unido. É a
responsável pela propagação de tensões patológicas causadas pela cicatriz, pois,
arrasta estruturas a sua volta e diminui a mobilidade tecidual. A
cicatriz também pode alterar o tônus muscular e a sensibilidade local. Isso
ocorre quando exteroceptores da pele são estirados gerando uma alteração da
atividade muscular.
Um exemplo comum é que uma
cirurgia de apendicectomia pode causar uma inclinação lateral do tronco devido
à diminuição de mobilidade e elasticidade desta região, causando uma cadeia de
adaptações por todo corpo.
É válido ressaltar que
este processo não ocorre do dia para a noite, as alterações posturais levam
meses para se estabelecer. É preciso fazer uma avaliação tendo por base o
histórico clínico, palpação e avaliação postural detalhada.
E é fundamental tratar
as cicatrizes, de qualquer cirurgia, seja ela ortopédica, plástica, até mesmo
as cesarianas ou cicatrizes traumáticas, pois estas muitas vezes são as causas
dos problemas, e outras vezes são obstáculos que não permitem o tratamento ter
100% de sucesso.
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